terça-feira, julho 13, 2004

Peço desculpa, mas é o q sinto...



Aqui ao som da lua deixo que uma lágrima cair pelo meu rosto...Não procuro a melódia esquecida em mim mesmo, nem o sorriso iluminado neste rosto de criança...Não procuro nem a felicidade nem a paixão que outrora fizeram parte dos sonhos de um adolescente romantico...Aqui debaixo da proteção da lua apenas procuro o alivio...alivio do sofrimento de quem se sente à margem de tudo... será que entendem o que digo?
Talvez não, ou talvez entre os sons da natureza um se erga e me diga sentir toda a tristeza que por vezes alguem se lembra de despertar em mim... Perguntam-se o que falo? É tão facil saber, a hipócrisia do corpo imposto à beleza da alma, talvez seja isso que falo...Amores de olhos postos em pensamentos de uma sociedade que perdeu o rumo de tudo o que importa nesta vida...
Talvez fale sem nexo... mas hoje sou o rio que os meus olhos tendem a verter... não tenho objectivo nem fim... apenas quero a liberdade desta agua cristalina criada em mim tendo como origem a minha alma e o meu coração...
Não procuro que me entendam muito menos que me passem a mão na cabeça, não procuro ajuda ou um sorriso, apenas a solidão... apenas aquele sentimento de estar só...sei que nele ninguém me julga, ninguém me olha, muito menos me quer alterar...porque na solidão de mim mesmo apenas eu mando, apenas eu escrevo as linhas de um quotidiano de cinzento e preto... Assim sozinho eu sou a cor e o arco iris na minha vida...
As lágrimas ainda correm sabiam...Ao senti-las pela minha face dou-me conta de como ainda sou aquele menininho a quem partiram as asas dos sonhos, a quem pensaram poder roubar a capacidade de sonhar... Cresci é verdade, mas as cicatrizes desses roubos parecem marcas a ferro dentro de mim mesma... Ninguém as vê, no fundo ninguém as quer ver.... Todos são os ferros que me queimam sem dó nem uma ponta de piedade... Abaixo a diferença, abaixo quem quer ser quem é sem mascaras ou fatos de fantasia... Mas eu não sou assim, e de cabeça ao alto deixo que me marquem...
Não, não deixei de ser a criança que tem medo que um dia as asas a abandonem, que o sorriso se torna as cinzas do seu pior pesadelo...No fundo, quando o assunto se trata das lágrimas que verto.... Eu não cresci...E sinto o medo bem dentro de mim...
Bem do alto sinto que a lua me tenta pegar como um bebé, um ser fragil, um ser que pode se magoar... Mas já não sou o bebé, não aos olhos de quem passa na minha vida, e os medos que sozinho tenho de enfrentar...
Porque me querem mudar, porque criam um prototico pré definido de como todos nós devemos ser, porquê o medo a mudança e aqueles que se tornam adeptos da mesma... será dificil me aceitar assim....Parece que sim...
Quanto mais escrevo com mais força as lágrimas caiem em meu rosto...Hoje sou o patinho feio, sou o mocho que todos sabem existir mas que ninguém quer ver, sou o ser da noite que toda uma aldeia teme, sou o mais profundo medo de um mundo...sou o feio, o cruel, o indesejado, o odiado...Sou eu... No fundo sou apenas a criança que ainda procura os braços de quem a mime como se de um diamante se tratasse, pequeno, unico, inconfundivel e de inigualavel valor... mas não sou...talvez por isso não me olhem...

ZekE

Sem comentários: